segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Casaco


Minha avó, com meu tio no colo, meu pai ao lado, em 1969. E o casaco ali.

Ganhei um casaco antigo, um casaco que era da minha avó, antes não gostava dele, agora adoro. O casaco me traz ótimas recordações e agora não consigo mais tirá-lo.
Às vezes é tão difícil deixar saudades guardadas, as vezes é tão complicado esquecer o passado e tentar escondê-lo de si mesma. Parece que se eu guardar o casaco guardo com ele o passado, mas esta tão frio e o casaco é quente. Enquanto ele me aquece, aquece junto meu passado, aquece junto minhas doces e ternas lembranças.
E dai se ele é antigo ou fora de moda? Estou amando usar um casaco de 1960, sim um casaco com 49 anos. Fico pensando o que ele viveu, quais foram as aventuras de um casaco preto com verde? Será difícil achar a resposta, já que a dona, ou a antiga dona dele, minha avó, já morreu há vários anos. Engraçado que me lembro perfeitamente dela com ele.
Será que o casaco sente falta dela? Será que ele gosta de mim? Qual seria o pensamento de um casaco? Bah, comprei uma passagem para as linhas aéreas maionese, é estou viajando nela.
De qualquer forma estou apaixonada pelo casaco da década de 60, usarei todo o inverno e, de repente, ele fique comigo uns 49 anos também. Quem sabe um dia minha neta o use, o casaco do passado, presente, futuro, com um cheirinho imaginário de naftalina.

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