sexta-feira, 31 de julho de 2009

Novidades


E julho termina com muitas novidades e emoções.
Troca de cidade foi a primeira. Frio na barriga, medo, saudades desde já, da cidade que tanto amo.
E hoje a segunda emoção. Eu que tentei engravidar por 10 meses e nada, hoje minha mana de 17 anos, chegou com um papel e anunciou a gravidez inesperada, mas muito bem vinda.
Então julho termina assim, com a decisão de ir embora, para ter uma vida melhor, trancar as tentativas de gravidez e sendo titia.
Bah estou feliz, cansada, apavorada, surpresa mas feliz.
Que venha agosto, com muito gosto.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Perfume


Comprei inocentemente um perfume, lembrava que tinha usado ele na adolescência, não lembrava muito dele. Mas quando borrifei, lembrei. Aquele perfume entrou nas minhas narinas, com um peso enorme, era o mesmo perfume que eu usava, naquela manhã quente de março. 7:15 da manhã, eu arrumada pra ir a escola, atendo,já sobressaltada, é do necrotério, avisando da morte do homem que me criou e que era meu verdadeiro pai. Sim, este é o perfume das lágrimas, do velório, do choro sozinha de madrugada, das tristes horas sentadas tentando engolir a saliva,tentando respirar. Lembranças inundaram minha cabeça em 1 segundo, lembranças ruins as mais tristes da minha curta vida.
Soltei o perfume, eu não o queria mais, vou por no lixo. Mas antes que fizesse isso, pensei no antes do telefonema, sim tinha o antes, as manhãs quentes debaixo das árvores, o cheiro do café sendo preparado, para eu tomar antes da escola, da mão que me abanava da janela, enquanto eu subia no ônibus, das mãos quentes em volta das minhas, tentando aquecê-las, um antes, um feliz perfume.
Sim, vou ficar com ele, mesmo me inundando de lembranças, gosto dele, do suave aroma de passado/presente, espero que nestas 50ml que usarei, sejam todas de ótimas lembranças, e assim dando nova "vida" aquela fragrância,

domingo, 26 de julho de 2009

O Amante


Acabei de assistir o filme "O Amante".
Gostei, não muito, mas gostei.
"Peter e Lisa estão acomodados na tranquilidade de seu extenso matrimônio. Lisa é uma renomada designer de sapatos, enquanto Peter dirige sua própria companhia. Na noite da festa de lançamento da última coleção de Lisa, ela parece evasiva e estranha."Nunca desejou ter a oportunidade de ficar com outra pessoa?", pergunta ela. Logo depois desaparece. Desesperado, Peter luta para encontrar respostas e segue uma pista até a Itália. Ali se encontra com Ralph, um homem astuto e encantador que é, claramente, o amante de Lisa. Mas Ralph tem seus próprios segredos."

Brincadeira Séria



Brincadeira séria

Faz de conta: você acordou, ligou para o salão e marcou um horário. Na hora do almoço, foi lá e pediu: Corta bem curto. O cabeleireiro não acreditou no que ouvia. Afinal, seus quase cinquenta centímetros de cabelo sempre foram, na sua cabeça (literalmente), uma espécie de atestado da sua feminilidade. Mas agora eles teriam de ser curtos. Para que suas ideias ficassem longas. Ele colocou a mão um pouco abaixo do seu ombro: Mais ou menos aqui? Você segurou a mão dele, levou-a na altura da sua orelha, e disse: Tosa.

Depois você passou naquela loja onde tem uns vestidos moderninhos e coloridos. Você entrou e pediu aquele cor de laranja com borboletas, muito mais curto do que os que você costuma usar. Aproveitou e pediu a sapatilha da vitrine. Arrancou o seu terninho bege, sua camisa branca e seu escarpim marrom. Deixou tudo por lá mesmo, no provador. E quando a vendedora perguntou o que fazer com aquilo, você disse: Queima.

Quando você retornou ao trabalho, uma hora depois do horário de costume, com aquele vestidinho e com os cabelos daquele jeito, a roda em torno de você foi se formando. Uns, animadíssimos. Outros, nem tanto. Alguns reprovaram. Como as coisas já não andavam muito bem por ali, sua chefe lhe chamou no final do dia para conversar, e avisou que as coisas não poderiam continuar daquele jeito, ou ela teria que substituir você. E você disse: Substitui.

Saindo de lá deu vontade de jantar naquele bistrô aonde você acha que só deveria ir no dia do seu aniversário ou outra data importante. Você mal encostou seu carro e já veio o dono da rua, dizendo que eram dez pratas para parar ali. E, como você não deu bola, o homem começou aquela conversinha surrada dizendo, na entrelinha da entrelinha, que um eventual não-pagamento antecipado incorreria em riscos indesejáveis na pintura do seu bólido. Você pegou o celular, digitou três números, mostrou o visor para o homem e, já com o dedo na tecla “ligar”, disse: Risca.

Faz de conta que você chegou em casa e sua filha de dezessete anos estava na sala com o namorado. Você teve que contar de novo a história daquele vestido e daquele cabelo e, como chovia, sua filha sondou se o rapaz poderia dormir ali. E, enquanto jogava no lixo aquela agendinha que você só usava no trabalho, você disse: Pode.

Quando se deitou para dormir, aquele anjo que costuma vir conversar com você antes do sono se empoleirou na cabeceira da sua cama. Elogiou o cabelo, o vestido, a decisão no trabalho, o presente de não-aniversário, o chega-pra-lá no dono da rua, a atitude com a filha. Só por curiosidade, perguntou que bicho havia mordido você. E você, se ajeitando no travesseiro e já desligando o abajur, disse: Nenhum.

No dia seguinte, vendo que eram dez da manhã e você ainda não havia se levantado, sua filha entrou no quarto, vocês conversaram e no final ela perguntou como é que vocês viveriam dali para frente. Com certa ironia, ela arriscou dizer que com as bolsas e os badulaques que você produzia e vendia nos finais de semana é que não seria. E você disse: Sim.

À tarde, você procurou o dono daquele galpão que você havia visto para alugar, perfeito para uma oficina, e fez uma oferta. O homem coçou a cabeça, pediu um pouquinho mais, e você disse: Fechado.

À noitinha, você foi até a casa dos seus avós, assim, de surpresa. E, de surpresa, você os beijou. E quando eles perguntaram o que era aquilo, você disse: Amor.

Faz de conta que foi assim. Faz de conta que foi desse jeito que você virou a mesa. Que resolveu não perder mais tempo, fazer o que gosta e ser do jeito que você, só você, acha que fica mais bonita.

Faz de conta que você morreu. E que alguém lhe deu a oportunidade de voltar para um terceiro tempo.

Então. Agora vai lá e faz tudo de verdade.
Silmara Franco



Ameiiiiiiiiiiiii, lindo, quantas vezes a gente tem vontade de fazer isso? Atirar tudo pro alto? Demais!

Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada



"Um pai viúvo de 3 filhas se apaixona por uma mulher, mas logo descobre que ela é a nova namorada de seu irmão mais novo."
O que mais amei neste filme, é como uma familia grande é linda, sinto falta disso, todo mundo na casa da vó, choro das crianças, corridas no meio da casa, junção na cozinha, avó e avô comandando tudo. Estas familias grandes e unidas, que tão raramente encontramos hoje em dia. Dá uma nostalgia.

Noivas em Guerra



Liv e Emma são melhores amigas desde a infância que ficam noivas ao mesmo tempo. As duas escolhem o mesmo lugar para celebrar o casamento e reservam uma data no Plaza Hotel, em Nova York. Mas por causa de um erro, a data reservada é a mesma e a briga começa para ver qual delas vai conseguir manter os planos do casamento.
Muito divertido, emocionante. Filme bom demais, ali retrata o quanto um mulher pode ser egoísta em certos momentos, ainda mais quando é seu casamento, mas também como a amizade verdadeira, apesar das crises, sempre sobrevive. Amei!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pagando Bem, Que Mal Tem?


Pagando Bem, Que Mal Tem?
Os velhos amigo que estão quebrados, com água e luz cortadas, aluguel atrasado, resolvem fazer um filme pornô juntos, para levantar uma grana. Entretanto, assim que as filmagens começam, eles percebem que os sentimentos entre os dois são mais fortes do que poderiam imaginar.
Muito bom o filme. O gordinho(Seth Rogen)personagem principal é um fofo, ele é o mesmo ator do Ligeiramente Grávidos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz dia do amigo!


BONS AMIGOS


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.Amigo a gente sente!


Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.Amigo a gente entende!


Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.Porque amigo sofre e chora.Amigo não tem hora pra consolar!


Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.Porque amigo é a direção.Amigo é a base quando falta o chão!


Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.Ter amigos é a melhor cumplicidade!


Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Machado de Assis

Feliz dia do amigo!
Aos meus amigos, amo todos vocês!

sábado, 18 de julho de 2009

Hoje não dá

"Não não não não
Viver é uma dádiva fatal!
No fim das contas ninguém sai vivo daqui mas -
Vamos com calma !"

Canção da Vida


Canção da Vida

Vida, feita de brilhos e mistérios,
De mágicos e eternos momentos..
Lágrimas e dores, sorrisos tantos,
Levados e trazidos como o vento...

Vida que se faz sentir na manhã
De sol, na chuva, no frio, no ar...
Passa correndo, passa ligeira ...
Para viver é preciso ter fé, lutar!...

Amar muito e se deixar amar,
Ser um pouco anjo e palhaço...
Acreditar-se poderoso e idiota...
Jamais aceitar da derrota o laço.

Ir em frente, de pé, com muita fé!
Curtindo tudo até a última gota!...
Doce ou amarga, beber mel ou fel,
Desta vida maravilhosa e louca! ...

Que venha a vida em todas suas cores,
Nuances, segredos, belezas e flores...
Estou viva, respiro, ela vibra em mim...
Sou esperanças, sonhos e amores!...
Verdade Marina, ano estranho.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

E a vida corre



É primeiro, é janeiro, paga a luz, e opa
É fevereiro carnaval, alguma festa?
É dia 15, telefone atrasado
Passa março nem se vê
Tem promoção do mercado na tevê
Chega abril com chocolate
E não esqueça, maio presente da mãe
Paga a água, ja tá atrasando
E junho chega, ta esfriando
Compra casaco e bem quentinho
Porque em julho está geando
Chega agosto, mas sem desgosto
E vem setembro à cavalo
Olha lá outubro, ja vem esquentando
Corre na esteira, é estive engordando
Chega novembro, com feriado
Descansa um pouco, porque dezembro é brabo
Corre para todo lado, tem presente
Amigo secreto, família chegando
E corre lá, abre o champanhe
Porque outro ano está chegando.

Nara Rodrigues

terça-feira, 14 de julho de 2009

I Like to Move it


É complicado neste frio terrível fazer exercício físico, começa tendo que tirar as roupas quentinhas, e colocar roupas frias de academia. Depois tendo que aquecer o corpo (e muito) pra começar a colocar peso. Depois de corpo aquecido, beleza. Puxa 10, puxa 12, ai cansei, tem que fazer mais, puxa 8, puxa 6, ai fome...complicado.
Mas é julho, muitas roupas claro, pra que se exercitar se as roupas escondem o corpo? Mas de julho para outubro é um pulo, quando se vê a saia não entra e a blusinha fica estranha no corpo.
Não tem jeito, o negócio é se exercitar e quando se mexe o corpo, mexe junto os pensamentos. Faz bem no final, como tudo na vida, vale a pena no final das contas, ou melhor, no final do inverno.
E aquela frazesinha clichê, fica lá cutucando, "mente sã, corpo são" e a sensação de dever cumprido não tem preço.
É não adianta fugir, tem é que mexer o "corpitcho".

"I like to move it, move it
I like to move it, move it
I like to move it, move it
Ya like to ("Move it")"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Casaco


Minha avó, com meu tio no colo, meu pai ao lado, em 1969. E o casaco ali.

Ganhei um casaco antigo, um casaco que era da minha avó, antes não gostava dele, agora adoro. O casaco me traz ótimas recordações e agora não consigo mais tirá-lo.
Às vezes é tão difícil deixar saudades guardadas, as vezes é tão complicado esquecer o passado e tentar escondê-lo de si mesma. Parece que se eu guardar o casaco guardo com ele o passado, mas esta tão frio e o casaco é quente. Enquanto ele me aquece, aquece junto meu passado, aquece junto minhas doces e ternas lembranças.
E dai se ele é antigo ou fora de moda? Estou amando usar um casaco de 1960, sim um casaco com 49 anos. Fico pensando o que ele viveu, quais foram as aventuras de um casaco preto com verde? Será difícil achar a resposta, já que a dona, ou a antiga dona dele, minha avó, já morreu há vários anos. Engraçado que me lembro perfeitamente dela com ele.
Será que o casaco sente falta dela? Será que ele gosta de mim? Qual seria o pensamento de um casaco? Bah, comprei uma passagem para as linhas aéreas maionese, é estou viajando nela.
De qualquer forma estou apaixonada pelo casaco da década de 60, usarei todo o inverno e, de repente, ele fique comigo uns 49 anos também. Quem sabe um dia minha neta o use, o casaco do passado, presente, futuro, com um cheirinho imaginário de naftalina.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Doce





Nenhum de Nós

Composição: Nei Lisboa

Venta Ali se vê
Aonde o arvoredo
Inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que um engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que me estranha, mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
doidos, doidos, doidos, doidos
Meus olhos doidos, doidos, doidos,
doidos, doidos, doidos
São doidos por ti
O tempo se foi
há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
de versos retos, corretos
E o resto de paixão, reguei
Vai servir prá nós
E o doce da loucura
E teu, é meu
Prá usar a sós

Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos
doidos, doidos, doidos, doidos, já vi, mon cherri
Meus olhos doidos, doidos, doidos,
doidos, doidos, doidos
São doidos por ti
Venta Ali se vê
Aonde o arvoredo
Inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
um silêncio sem fim...


Acho esta música tão linda, tão doce, tão serena, me dá vontade de chorar quando escuto.
Dias assim frios e nublados, me deixam assim um pouco triste de um lado, mas só um pouquinho, tão pouco que quase nem se nota, talvez não seja triste a palavra, dengo quem saiba, ou nada, sei lá, só sei que músicas assim me deixam sensível, com uma melancolia doce que dificilmente se encontra em mim, eu gosto.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pretinho Básico



Bah, comecei a escutar o programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida FM, e viciei. Me mato de rir com as pérolas desta turma, um bando de doidos( Porã, Piangers,Cagê, Mauricio,Potter e Fetter). Quando não dá tempo de escutar baixo os podcast e me divirto, bom demais!
Pra conferir está turma é só acessar o site da rádio Atlântida, o programa é ao vivo de seg. á sex. das 13:00 hrs ás 14:00 hrs e 18:00 hrs ás 19:00 hrs. Também dá pra baixar os podcast no site, vale a pena e rende boas risadas.
http://www.clicrbs.com.br/atlantidafm/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&template=3343.dwt&pSection=726§ion=12

Aqui o blog do PB, também é ótimo.
http://wp.clicrbs.com.br/pretinhobasico/

terça-feira, 7 de julho de 2009




Como estou na fase quero ou não quero filho agora, assisti este filme e adorei. Bom, depois do filme eu disse: Quero!
Ligeiramente Grávidos
Após um sexo casual ela descobre a gravidez, ai começa esta divertida comédia.
Vale a pena assistir, rende boas risadas.

Tráfico, Bem vindo à américa.
Assisti este filme sem pretensão nenhuma, sabe quando não está afim de assistir nada? Mas me surpreendi com o filme, muito bom.
"Todos os anos, mais de 1.000.000 pessoas são traficadas através das fronteiras internacionais, contra a sua vontade, para se tornarem escravizadas na epidemia global do tráfico do sexo."
Valeu a pena ter assistido.
QUEM MORRE?


Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ
Martha Medeiros

quinta-feira, 2 de julho de 2009

This is your life


Era 2:00hrs da manhã, eu ainda acordada me revirava na cama, pensava... tentava achar um sentido pra vida.
Pra que viver, eu me perguntava.
Sabe - dizia eu conversando comigo - acho que quero morrer, estou cansada desta vida, comecei a me lamentar em pensamentos. De repente vi um clarão! Era a tomada onde estava ligado o aquecedor elétrico, dei um salto da cama, apavorada desliguei o aquecedor. Deitei novamente, quieta assustada e pensei: Nossa, meu Deus, eu amo viver!
É assim sempre, só choramos quando não estamos em perigo, o perigo nos torna fortes e invencíveis.
Me desculpei comigo mesma... e dormi.




Sonos
Durmo melhor entre o som das conversas.

Existe uma espécie de abrigo cálido que se conforma em torno das vozes de familiares e conhecidos. Tombar entre esses sons produz o melhor dos sonos.

Aliás, só me lembro de um melhor: o sono do carro quando somos pequenos, e a sensação de ser carregado, imóvel – fingindo-se desmaiado – até a cama. Até as funções de higiene como escovar os dentes, lavar o rosto e as mãos, tudo dispensável. Em primeiro lugar, o repouso do corpo. O sono da alma.

O súbito silêncio nas conversas é que me desperta. Os gritos, as interjeições e discordâncias não. Tudo conspira para – como aquele cobertor displicentemente jogado sobre os meus joelhos num dia mais frio – me envolver no desejo de não estar em nenhum outro lugar.
Às vezes estava na rede, na casa da praia. Uma brisa leve esfriava o ar que entrava pelo meu nariz, misturando cheiro de maresia, churrasco, caipirinha, café e sobremesa.

Até hoje fico em dúvida se dormia ou fingia. Alguns momentos são tão perfeitos que dá vontade de parar de respirar para ver se se eternizam. Ainda bem que não: sempre vem alguém e gentilmente nos toca o ombro e diz: café com bolo?
Carlos Stein.